Acredito que, de verdade, a transição aqui para o brasileiros começou com a nomeação do Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Naquele momento não era só 2014 que estava se encerrando, acabavam também os 3 anos anteriores. A ficha caiu para muita gente e mais que uma página virada, 2015 veio como se fosse um novo livro, uma outra história (que nem de longe lembra o Brasil da propaganda política).
Por outro lado há aqueles acontecimentos que dão a ideia de 2014 não vai acabar nunca. Para os que como eu estão próximos do setor de óleo e gás, o baixo preço do barril de petróleo vem lá de setembro passado, o petrolão então, nem se fala... E o que parecia difícil vem se tornando realidade a cada dia: o desemprego na área.
Aqui vale uma menção ao excelente texto do Professor Damodaran (um dos melhores do mundo em Avaliação de Empresas e Finanças Corporativas) sobre a Petrobras. A empresa se tornou um vergonhoso exemplo do que não deve ser feito. Resumidamente tivemos o seguinte (ele chamou de "mapa para a destruição de valor"):
- Invista primeiro, se preocupe com o retorno depois (talvez nunca);
- Cresça, cresça e a lucratividade que se exploda;
- Pague dividendos como empresa em setor de utilities (energia, telecom, rodovias, etc - em que há maior regularidade de caixa, lucro e dividendos) mesmo não sendo;
- Pegue dinheiro emprestado para cobrir seu déficit (como o sujeito que gasta mais do que ganha no Cartão de Crédito e entra no Cheque Especial para pagar a fatura);
- Chegamos ao valor destruído: mais de 200 bilhões de dólares foram para o espaço.
A leitura completa em Inglês pode ser feita no link: http://aswathdamodaran.blogspot.com.br/2015/02/how-low-can-you-go-doing-petrobras-limbo.html.
Voltemos ao assunto...
O estilão da presidente é o de sempre e também passa a impressão de que estamos em 2014. Ficou um tempão sem dar as caras e quando aparece é exatamente a mesma confusão (o que só faz valer cada centavo pago ao Joao Santana). Como bem anotou o Josias de Souza em seu Blog: "Dilma volta à cena atirando… contra o próprio pé" (http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2015/02/20/dilma-volta-a-cena-atirando-contra-o-proprio-pe-2/)
No "seca bagaço " (como dizem lá em Minas) é o calendário que conta e o tempo não pára. Estamos há poucos dias de encerrar o segundo mês do ano e há muito o que acontecer.
Fica a torcida para que sejamos capazes de suportar os tempos difíceis que virão.