segunda-feira, 5 de julho de 2010

O trem-bala é o Fura-Fila de Dilma

Do Augusto Nunes, no Portal da VEJA


Ambos deslumbrados com pesquisas de opinião favoráveis, o prefeito Paulo Maluf em 1995 e o presidente Lula em 2007 deduziram que conseguiriam eleger qualquer sucessor. Preocupados exclusivamente com o próprio futuro, olhos concentrados no umbigo, ambos resolveram escolher uma criatura que não tivesse autonomia de voo para transformar-se em sucessor político do criador. E procuraram, aconselhados por marqueteiros, figuras que camuflassem com qualquer traço incomum a conveniente mediocridade.
Maluf encontrou no secretariado municipal um negro economista. Lula encontrou no ministério uma mulher economista. Até o lançamento das candidaturas, os eleitores não conheciam sequer a voz das duas nulidades. Foi Maluf quem fez São Paulo, repetiu o prefeito ao apresentar o candidato. Mas foi Celso Pitta, secretário de Finanças, quem arranjou o dinheiro. Foi Lula quem planejou a reconstrução do Brasil, repetiu o presidente ao apresentar a candidata. Mas quem fez a coisa acontecer foi Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e Mãe do PAC.
Assessorado pelo marqueteiro Duda Mendonça, Pitta atravessou a campanha esquivando-se de debates, evitando entrevistas, declamando banalidades e elogiando o chefe de meia em meia hora. Assessorada pelo marqueteiro João Santana, que foi pupilo e sócio de Duda, Dilma tenta percorrer a rota que leva ao Planalto driblando debates, fugindo de entrevistas, recitando platitudes e elogiando o chefe a cada cinco minutos. Para que a história inteira se repetisse como farsa, só faltava um Fura-Fila, fantasia que enfeitou a temporada eleitoral de 1995. Não falta mais nada, avisam os apitos do trem fantasma que Lula e Dilma inventaram. O Fura-Fila de Pitta também tem sucessor.

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