terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Jovem Aprendiz e meu valor em Educação


Semana passada fui lembrado de um dos meus valores mais caros.
Para aqueles que refletem sobre o assunto: sabem aquilo que faz parte da suas crenças?
Pois é, a vida vai levando seu rumo, os muitos papéis a ser "desenrolados" vão tomando conta e, mesmo sem querer, por vezes nos distanciamos.

Fui uma espécie de "Amigo da Escola" depois que me graduei. Minha crença na Educação é muito forte (já escrevi por aqui sobre isso e parte de plano de voltar a estudar a cada 2-3 anos tem a ver com isso)...
Lembro que em Viçosa viviam dando filtros aos pobres, certamente algo necessário, mas passavam-se meses e os filtros já não estavam lá... Às vezes vendidos para virar comida, às vezes viravam bebida... O que aconteceria se dessem Educação? O que tirariam de lá? Comida? Bebida? Mais que isso... O duro é que os resultados demoram além do calendário eleitoral.

Voltando à semana que se passou, tivemos uma seleção para o programa "Jovem Aprendiz" e tive a chance de participar de uma rápida conversa com os candidatos. Meu Deus! Nossas escolas, definitivamente, não estão preparando nossas crianças e jovens. A amostra a que tive acesso é pequena, mas sei que estava diante de um retrato do nosso país. Estão aí as nossas classificações nas "rabeiras" de exames internacionais.
O pior, e o que mais me doeu dentro do meu apreço pelo tema, é que era nítido o esforço da maioria em correr atrás. Alguns andavam quilômetros, horas, para fazer 2-3 cursos ao mesmo tempo. Por falta de dinheiro faziam cursos de inglês gratuitos... Alguns com cursos técnicos após horas e dinheiro gastos em escolas que "ensino rápido".
Boa parte deles no afã de agradar tropeçavam em seu próprio Português. Definitivamente o óleo que sairá do pré-sal precisa mais que isso.
Não por acaso os postos mais demandantes de capacitação não são ocupados por pessoas oriundas de Macaé, mas de forasteiros. Se for contar os de Minas então?! (O que não quer dizer que lá seja o paraíso).

O fato é que diante daqueles jovens voltei aos meus primeiros anos como profissional.
Espero que as crianças e adolescentes que ajudei tenham tido um pouco mais de sorte.
Gostaria muito de poder ajudar, ampliar meu círculo de influência, ensinar mais... O que posso fazer é ensinar aqueles que estão ao meu redor (e escrever por aqui quando dá).

Diante do desânimo geral na busca da primeira oportunidade no mercado de trabalho só pude encerrar de uma forma: estudem, estudem e estudem.

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