Pois é... Eu deveria estar estudando para minha prova de Economia no próximo sábado, mas não agüento (e vocês verão que, de certa forma, assim também estou estudando.)
A primeira economista a governar nosso país me saiu com uma boa hoje. Algo como "uma grande nação não é medida pelo seu PIB, mas pelo cuidado com suas crianças e adolescentes". O que dizer disso? É claro que foi aplaudida, afinal, estava em um evento voltado para o direito da Criança e do Adolescente. Se estivesse em algum encontro com professores a frase seria outra.... Agricultores? Certamente a "medida de uma grande nação" seria outra. Atenção! Nada contra as crianças e adolescentes, mas é duro de engolir...
Primeiro porque tenho quase certeza que foi demagogia. Segundo, até um tempo atrás não se falava em outra coisa a não ser o "espetáculo do crescimento", "PIBÃO", outras expressões do gênero e como o brilhantismo do nosso governo nos aproximaria do topo no ranking das maiores economias do planeta (santa ironia, ranking este montado com base no PIB e não no "cuidado com as crianças"). Quanto orgulho pretenderam nos repassar quando o PIB do Brasil ultrapassou o da Inglaterra - nem parece que foi ontem...
Ainda tem mais. Não fui quem criou o modelo assim, mas apresentam condições de melhor cuidar, não só de suas crianças e adolescentes, como também de todo os cidadãos, os países de maior PIB (ou pelo com um PIB de tamanho adequado às necessidades de sua população).
E por ultimo (pelo menos por enquanto): sendo economista, justo ela, a presidente, deveria expressar que sim, o PIB não chega ser um
primor de indicador, mas não inventaram nada melhor. As discussões que giram por aí, e com certeza ela viu isto na Universidade, é como combinar o PIB com outros indicadores para se ter uma melhor forma de medir a riqueza dos países (é claro que "cuidado com etc, etc", especificamente, não entra nestas discussões).
Enfim, o governo vai se deparando com a realidade. Depois de anos de maré a favor, a coisa vai mudando de figura e a turma vai calibrando o discurso (a culpa pelas coisas errada virá de fora e o que vier, se vier, de bom, naturalmente, será imputado ao Mantega e cia).
Faz umas duas semanas e vimos isto na Petrobras. O mundo cor-de-petróleo criado, de forma um tanto irresponsável (na verdade eleitoreira), pelo ex-presidente Lula simplesmente não existe. Não do jeito que se falava... É só lembrar da nossa auto-suficiência. E, com um pouco de paciência, é só dar uma olhada nas declarações dadas durante a apresentação do plano de negócios da companhia.
O mais engraçado é ver os comentários deixados em Blogs petistas: "eita muié porreta". Então tá.
Bom, preciso voltar a estudar, mas antes deixo pra vocês alguns textos bem interessantes que li há pouco. Os links estarão nos títulos.
Grande nação, mas o PIB...
Aplicativo do Globo no iPad
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Ao comentar a frase da presidente Dilma, de que não se pode medir uma nação pelo PIB, o professor de Economia da UnB Roberto Piscitelli afirmou que, de fato, o indicador não é tudo, mas é o principal parâmetro da economia. Para o economista, a maior frustração com o índice divulgado ontem pelo Banco Central está no fato de que a recuperação esperada para o terceiro trimestre não está ocorrendo.
— O último a reconhecer isso, pelo menos oficialmente, é o governo.
Piscitelli destaca os recentes dados de atividade industrial e vendas no varejo, com resultados negativos ou abaixo do esperado.
— São resultados que mostram a falta de perspectiva de planejamento. Há muito tempo defendo que o incentivo ao consumo é incapaz de alavancar o crescimento. É uma política quase de toma-lá-da-cá, só que, no lugar dos políticos, estão alguns poucos setores que acabam se beneficiando. Chegou a hora de priorizar investimentos. Não acho que o governo deva reduzir despesas, mas estimular o aumento do investimento em projetos relevantes.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/grande-nacao-mas-pib-5456942#ixzz20SjSl5x1
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“Brasil vai crescer menos do que os EUA”, diz Forbes
Veja Online
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Projeções – A expectativa de que o país passe vexame entre os emergentes e fique, inclusive, atrás de uma economia desenvolvida em dificuldade, a americana, é endossada por analistas. Robert Wood, da Economist Intelligence Unit (EIU), afirmou ao site de VEJA que, por ora, suas projeções apontam para uma expansão de 2% tanto para a economia dos EUA como para a do Brasil. "Mas existe um risco cada vez maior de o crescimento do PIB brasileiro ficar ainda mais fraco que os 2% que espero para os EUA", destacou. Também consultado pela reportagem, Jim O'Neill, economista do Goldman Sachs e o criador do termo BRICS, procurou não endossar a projeção pessimista da Forbes. "Espero alta de 3,4% para o PIB do Brasil neste ano e 2,2% para a economia americana, mas vou revisar esses dados na semana que vem", declarou.
Fracasso do modelo – Outras publicações, como o prestigiado jornal britânico Financial Times, também registraram a queda do IBC-Br nesta quinta-feira. Sob o título “Economia brasileira: indo para lugar nenhum”, o jornal inglês diz ainda que o indicador “jogou combustível ao argumento de que o modelo do Brasil, baseado no desenvolvimento impulsionado pelo estado, tem levado o crescimento a um beco sem saída”.
O jornal contesta a efetividade das medidas – monetárias e econômicas – tomadas pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda para alavancar o consumo e dar suporte à indústria. “Com o México crescendo em seu espelho retrovisor, líderes brasileiros devem pensar se não poderiam aprender com os concorrentes de crescimento mais rápido e pensar em reformas, como a do mercado de trabalho”. Na quarta-feira, o Banco Central anunciou novo corte na taxa Selic, para 8% ao ano, destacando o fato de que a desaceleração da economia e a crise internacional abrem espaço para a queda dos juros.
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Engasgou
Coluna do Celso Ming
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Essas agravantes sugerem que a expansão do crédito, instrumento fortemente acionado pelo governo para empurrar o consumo nessa conjuntura de crise global, esbarra em pronunciadas limitações técnicas. O governo Dilma já se deu conta de que os nove pacotes anticíclicos, destinados a estimular as vendas, não vêm reativando a produção e podem já não ter capacidade para puxar a demanda. Por isso, entendeu que devesse atuar na ponta dos investimentos. A Petrobrás está sendo cobrada para tocar mais agressivamente seu programa de negócios e o próprio governo, informa a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se prepara para acionar os investimentos.
O problema é que esta administração vem dando demonstrações seguidas de deficiência gerencial. Como o jornalista Rolf Kuntz mostrou na sua coluna desta quarta-feira no Estado, os desembolsos do Tesouro no primeiro semestre deste ano corresponderam a apenas 21% do total previsto no Orçamento.
O PAC continua empacado, excessivamente concentrado em programas habitacionais. E a Petrobrás, de quem se esperam investimentos de US$ 236,5 bilhões nos próximos quatro anos, reconhecidamente vem se apresentando como contumaz furadora de cronogramas. Afora isso, o governo vem sendo incapaz de dar agilidade à concessão de licenciamentos ambientais.
Esses e tantos outros indicadores mostram que sobram dúvidas sobre a eficiência de uma provável mudança de ênfase nas políticas de estímulo, do consumo para o investimento.
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Vôo curto
Coluna do Celso Ming
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Aos poucos vai sendo formado o consenso de que o bloqueio não está propriamente no desempenho da economia global, mas nos cada vez mais insuportáveis custos estruturais: imposto demais, energia cara demais, burocracia, infraestrutura deficiente, etc.
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