Sou um entusiasta da Internet e dos blogs. Acredito piamente que há oportunidades incríveis de desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional por meio do contato com o conhecimento de iluminados que jamais teríamos acesso.
É claro que os livros continuam aí (mesmo em formato digital) para cumprir essa missão, mas ter à disposição as reflexões e opiniões, devidamente explicadas, de uma autoridade como o Mendonça de Barros, em um assunto que saiu "ontem", só pode receber a classificação de "incrível". Por isso, fiquem abaixo com mais um post muito válido, principalmente para Economistas, Administradores e Gestores.
Reflexões sobre a inflação neste início de mandato da presidente Dilma
Na semana passada fiz algumas reflexões sobre a ata da última reunião do COPOM, mostrando as evidências de uma mudança importante na operação do sistema de metas de inflação implantado em 1999, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso. Prometi então ao leitor deste Blog aprofundar minhas avaliações sobre a natureza da aceleração da inflação na passagem de 2010 para 2011. Infelizmente os dias agitados nos mercados financeiros que se seguiram aos desastres que atingiram o Japão me mantiveram afastados deste Blog nesta semana. Neste domingo, com uma certa previsibilidade voltando às minhas atividades profissionais posso cumprir minha promessa.
A dinâmica da inflação que vive o Brasil neste inicio de mandato de um novo presidente é bastante complexa. As pressões sobre os preços – tanto no nível do consumidor como dos produtores – têm origem em fenômenos econômicos de várias naturezas e que impactam, em conjunto, a sua dinâmica. O mais importante grupo de forças que agem na direção de preços maiores tem sua origem nos desequilíbrios entre oferta e procura que estão acontecendo tanto ao nível do varejo como no do atacado. Os economistas usam o conceito de absorção interna para quantificar as forças de demanda que nascem do consumo interno, dos investimentos de empresas privadas e entes estatais e das exportações. Isto é feito para dimensionar o total das pressões que agem sobre a capacidade produtiva de uma economia como a brasileira. Para se chegar ao efeito liquido destas forças é preciso considerar também a oferta de bens e serviços representadas pelas importações e que são usadas para atender a demanda total.
A demanda agregada é um conceito macro, isto é, não procura tratar do equilíbrio entre oferta e procura na dimensão micro de cada um dos mercados de fatores de produção, como mão de obra, energia elétrica, capacidade dos portos do país, das ferrovias e das estradas por exemplo. Em certos momentos é preciso – para entender a dinâmica da inflação – analisar o equilíbrio de oferta e procura pelo menos em alguns destes mercados. Sabemos que, por exemplo,os salários são um dos mecanismos mais importantes de transmissão dos aumentos de preços em uma economia com escassez de mão de obra qualificada.
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