Vitória governista na luta para tirar Roger Agnelli da presidência da mineradora deve ser mal recebida por investidores e prejudicar reputação do país
Roger Agnelli: em dez anos de gestão, lucro da Vale cresceu 903% (Germano Luders/Exame)
“A reputação do país será prejudicada. Toda a idéia de que estamos construindo um governo responsável, que obedece as regras do jogo, será muito abalada”, afirmou o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega
Após mais de uma semana de incertezas, a saída do presidente da Vale, Roger Agnelli, foi finalmente acertada. Segundo o colunista de VEJA, Lauro Jardim, a decisão está tomada, mas só será executada quando o contrato do executivo vencer, em maio. Agnelli lutou para se manter à frente da segunda maior empresa do Brasil (e a maior de capital privado), com receita superior a 85 bilhões de reais, mas inimizades acumuladas em seus dez anos como presidente parecem ter vencido a queda de braço. Especialistas alertam que o cenário arquitetado pelo Planalto para a retirada do executivo inclui planos para, finalmente, interferir nos projetos da Vale e deve servir de motor para que uma onda de hostilidade se abata não somente sobre a companhia, mas sobre o Brasil.
A briga de Agnelli para se manter no cargo não foi simples. De temperamento difícil, por vezes explosivo e truculento, ele nunca foi alvo fácil para seus adversários. Executivo de carreira do Bradesco, Agnelli foi indicado à presidência da mineradora pelo próprio banco em 2001. Ao longo de sua gestão, conseguiu aumentar o lucro da companhia de 3 bilhões de reais para 30,1 bilhões de reais. Tamanha eficiência técnica, no entanto, foi insuficiente para agradar ao governo. Desde sua privatização, em 1997, a Vale é cobiçada pelo Partido dos Trabalhadores (que, a propósito, foi contra o movimento e tentou brigar por uma reestatização na época).
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