domingo, 13 de setembro de 2015

O futuro do trabalho


Semana passada estive em Londres a trabalho e uma vez mais vou falar sobre tecnologia. É que esse tipo de coisa me encanta... Sempre me lembro de quando mais novo ouvia dizer que um dia os computadores caberiam na palma da mão, que as redes (ainda com fio) revolucionariam nossa forma de trabalhar e por aí vai.

Confesso que nem iria escrever por já te falado bastante a respeito e por alguma frequência deixar meus comentários no Facebook, mas enquanto os dias foram passando fui vivenciando algumas experiências e vendo as dos outros. 

Cheguei ao hotel um dia antes do evento e tive a chance de começar a trabalhar no fuso horário de UK e terminar no do Brasil. Foram umas boas 12-13 horas de trabalho - o ritmo de sempre... 
Desta vez optei por não trazer o laptop da empresa (talvez inconscientemente me preparando para este texto). Tentei conseguir um mais leve e como não deu parti para testar os limites do meus iDevices.  Duas coisas ajudaram: consigo acessar a intranet da empresa a partir do iPad e faz umas duas semanas que adotamos por lá o Lync (neto do Messenger, com algum parentesco com o Skype) como plataforma de telefonia fixa - como carrego comigo as versões do aplicativo para iPhone e iPad, o ramal de minha mesa está sempre ao meu lado com os "pluses" de vídeo conferências com diversos participantes compartilhando telas e dados...

E o dia foi exatamente isto. Comecei com o meu tradicional Weekly Review (vale a pena procurarem pelo GTD - assunto para outros posts): todas as tarefas, e-mails, anotações de reuniões, etc, tudo revisado e ações para a semana que se iniciava foram devidamente colocadas em seus lugares (os Apps foram o Outlook, TaskTask e Fantastical 2).
A primeira reunião veio logo, discussão de orçamento para 2016 e mais eventos foram se sucedendo e entre eles dava uma olhada em e-mails e contatava as pessoas com as quais precisava passar ou revisar alguma demanda. Quando alguém ligava no ramal, se surpreendia com o fato de estar tão longe...

Já estava sob o efeito de um artigo do Financia Times em uma série de textos sobre o "futuro do trabalho" - o que eu li falava especificamente da explosão do número de freelancers da área de TI na Ucrânia trabalhando para o mundo inteiro (principalmente EUA) através de uma plataforma de colaboração online (uma espécie de Uber agenciando a prestação de serviços). Vários deixaram seus empregos fixos e faturam mais hoje do que antes... 

Fiz uma pausa para lanchar e fui a uma Starbucks: era o empurrãozinho que faltava. Absolutamente todos conectados. Alguns a trabalho... Na foto que ilustra este post vemos um camarada de costas à esquerda. Estava entre planilha e gráficos. Uma das moças ao centro falava com alguém e parecia checar uma lista de tarefas. Eu mesmo recebi uma ligação a custo zero enquanto saboreava o meu Moca.

É preciso lembrar, também, que o conjunto de equipamentos e aplicativos semelhantes, aliados à cobertura de sinal de internet me aproximou da família e amigos. Decisões de compras tomadas em tempo real, a saudade amenizada e corações até bateram mais fortes. 

"Ah, mas não é a mesma coisa!" Não, não é mesmo, mas pergunte à minha equipe e à minha família se a presença que a tecnologia nos proporcionou adicionou valor aos nossos dias. 

Pode-se discutir se isto é bom ou não (barreiras que caem entre lazer e trabalho), mas não dá para ignorar - equilíbrio parece ser a chave... Uma revolução vem acontecendo diante de nossos olhos e acabamos por não perceber porque nos acostumamos. Alguns ainda ficam abobados. Eu, por exemplo...