terça-feira, 24 de abril de 2012

Google Drive - Será que emplaca?

O Google lançou hoje seu serviço de armazenamento e compartilhamento de dados na Nuvem. Na essência o que oferecem agora já poderíamos ter de certa forma utilizando o Google Docs e o Gmail, mas daria muito trabalho...
O duro é que chegou um pouco tarde já que até a Microsoft já contava com seu "SkyDrive"... O fato é que o Dropbox é o serviço mais conhecido no meio. De qualquer forma em se tratando do Google não é bom brincar.
Por enquanto seu uso será um tanto limitado pra mim, uma vez que não há disponibilidade de App para iOS (às vezes me esqueço que tenho um telefone Android). Ainda assim temos uma oferta interessante: são 5 GB de armazenamento grátis. Mais do dobro do Dropbox.

Acredito que a produto vai pegar, ao contrário do que aconteceu com o Wave (alguém se lembra?), porque estamos falando de um "Me Too" do Google aproveitando sinergias com outras ferramentas da empresa e acredito que exatamente isso (uma base gigantesca de usuários de Gmail, Docs, YouTube, Maps, etc, etc) vai favorecê-lo. Veremos...

A utilização é simples (para aqueles que não foram introduzidos a algo do tipo): você instala o aplicativo em sua máquina (PC ou Mac) e uma pasta é criada. A partir daí todos os arquivos ou pasta que você salvar, alterar, renomear e excluir por lá, será replicado na nuvem e poderá ser compartilhado com o mundo inteiro, inclusive você em outro PC ou dispositivo móvel. É quase um sonho quando imagino que em 2000 meu trabalho de final de curso focava o uso colaborativo da internet.




segunda-feira, 16 de abril de 2012

O 3 G Max da Claro me levou ao 3G+ da Vivo



Quase não vejo TV, mas ontem bastou um pouco para que visse o comercial da Claro anunciando o 3G Max, o sinal turbinado para internet móvel. Na hora pensei: e a Vivo? Estaria eu fadado a retornar aos braços daquela que me trouxe a conectividade em qualquer lugar? Mas a Vivo há de ter algo... Batata!
Em poucos segundos de busca fiquei sabendo que as duas operadoras saíram na frente e buscaram no tal de HSPA+ (uma espécie de 3G melhorado) uma forma de oferecer mais velocidade. Com melhoramentos em hardware e também em software praticamente em qualquer lugar onde há 3G disponível, já há também o 3G Max ou Plus. É só pagar para receber o sinal.
Liguei na Vivo hoje e com o bom padrão a que já me acostumei consegui reduzir a cota de internet da D. Onça (afinal ela nem usava tudo) e consegui colocar o 3G+ com um aumento de menos de R$20,00 na conta.
Passei a tarde em teste e vou prosseguir. O que dá para dizer é que a rede parece instável, mas os resultados estão quase sempre acima de 1,5 mega. O recorde atingi agora há pouco: 4,1 mega... Show de bola!
E pensar que foi a Claro me lançou nos braços da concorrência. Certamente não era a intenção de seu departamento de Marketing...
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quinta-feira, 5 de abril de 2012

‘Em busca do nada’, de J.R. Guzzo - VEJA Edição 2262

É sempre muito bom ler o Guzzo (atualmente tenho contato na VEJA e na EXAME) e este texto (presente na última página da revista que trouxe uma foto de Dilma na capa), particularmente, foi um que me chamou muito a atenção... Sabe aquela sensação de que cada parágrafo está melhor que outro? Que cada linha, como se fosse mágica, exprime exatamente o que eu penso? Pois é... Valeu-me muito a leitura. Espero que valha pra vocês também.




J.R. GUZZO
A palavra provavelmente mais correta para descrever a maior parte das atividades do governo brasileiro hoje em dia, em português comum, seria “farsa”. Mas é melhor, por prudência e pela cortesia com que se devem tratar nossas altas autoridades em geral, utilizar alguma coisa mais leve ─ “ficção”, talvez, é o termo que se aconselha, já que não pode ser entendido como ofensa (Deus nos livre de uma coisa dessas), e ao mesmo tempo serve para resumir com bastante clareza a atual conduta do superior comando da nação.
Entre as paredes do caixote de concreto e vidro em que funciona o Palácio do Planalto, é fabricada todos os dias a impressão de que ali se vive numa colmeia de trabalho sem descanso e de operosidade sem precedentes; segundo essa visão, apresentada como fato praticamente indiscutível na propaganda oficial, ainda não foi criado no Brasil o problema que as prodigiosas qualidades de gerência atribuídas à presidente Dilma Rousseff tenham deixado sem solução. Mas um metro para fora do Palácio, na vida real que começa na rua, o mundo dos fatos, indiferente ao que se diz do lado de dentro, mostra o contrário: nada do que o governo manda resolver, ou quase nada, consegue ser resolvido.
Falta de tempo para mostrar serviço de verdade, do tipo que pode ser visto e comprovado, com certeza não é. Já faz mais de nove anos que a presidente Dilma está dentro do governo, no qual dá expediente desde o primeiro dia de mandato de seu antecessor ─ com a função, justamente, de ser a tocadora de obras número 1 da República. Alguma coisa de porte, a esta altura, já tinha de ter aparecido. Mas não aparece.
Tão inúteis quanto a passagem do tempo ou os oceanos de dinheiro que o poder público tem para gastar vêm sendo as demissões em série na equipe ministerial. Em pouco mais de um ano de governo Dilma, já foram para a rua doze ministros, mais os lideres no Senado e na Câmara ─ todos nomeados por ela mesma, é verdade, incluindo-se aí alguns dos mais notórios candidatos a morte súbita que já passaram por um ministério na história deste país. Os resultados disso, pelo que se viu até agora, foram nulos. As demissões, sem dúvida, mostram que a presidente está disposta a valer-se de sua posição no topo da cadeia alimentar de Brasília ─ pode mandar qualquer um embora, e não pode ser mandada embora por ninguém.
O problema, tristemente, é que o exercício repetido de toda essa autoridade não tem sido capaz de gerar nenhum efeito útil para a vida prática do país e do cidadão. Seja porque Dilma está substituindo tão mal quanto nomeou, seja porque os novos ministros vivem paralisados pelo medo de perder o seu emprego, o fato é que nenhuma de todas as trocas feitas até agora resultou num único metro a mais de estrada asfaltada, ou num poste de luz, ou em qualquer coisa que preste.
O que certamente não falta, nesse deserto de resultados, é a construção de miragens. Empreiteiras de obras públicas, por exemplo, fazem aparecer na imprensa fotos da presidente em cima de um carrinho de trem, cercada por um alarmante cordão de puxadores de palmas, numa visita de inspeção à Ferrovia Norte-Sul. Uns tantos minutos depois, todos voltam a seu carro oficial ou helicóptero e deixam para trás a realidade.
A Ferrovia Transnordestina, por exemplo, com 1700 quilômetros de extensão, foi iniciada em 2006 e deveria ter sido entregue em 2010; já estamos em 2012, o custo de 4,5 bilhões de reais pulou para quase 7 bilhões e tudo o que se conseguiu construir, até agora, foram 10% do percurso. O petroleiro João Cândido, que começou a ser construído quatro anos atrás para a Petrobras em Pernambuco, e foi lançado ao mar em 2010 pelo ex-presidente Lula como um prodígio da nova indústria naval brasileira, voltou a terra firme logo após a cerimônia; continua lá até hoje. Entre as mais espetaculares obras do PAC, com todos os seus bilhões em investimentos, inclui-se o “trem-bala” ─ mas a única coisa que se pode dizer com certeza sobre o “trem-bala”, até agora, é que ele não existe.
A presidente Dilma, que sabe muito bem o que é inépcia, tenta há nove anos achar o caminho de saída desse vale de lágrimas; pode continuar tentando pelos próximos cinquenta e não vai encontrar nada. Não vai encontrar porque procura no lugar errado; imagina que a solução está em criar mais repartições públicas, mais regras, mais controles, mais programas e mais tudo o que faça um “estado forte”. É o tipo de ideia que encanta a presidente. Nunca deu certo até hoje. Mas ela continua convencida de que um dia ainda vai dar.