domingo, 7 de novembro de 2010

Dilma é maior prova de quanto vale o "QI" na busca de uma vaga de trabalho



Passada uma semana (carregada com duas viagens à Vitória) da eleição volto ao meu blog para uma reflexão.
Quando muitos, inclusive eu, ainda tinham esperanças no sucesso das candidaturas de Serra (principalmente) ou de Marina Silva, eu já escrevia por achava que Dilma ganharia as eleições. Isto veio sob a forma de 03 textos em Junho (veja-os aqui). Lula entrou na disputa muito além do que eu esperava (aliás, além de qualquer limite). Ele realmente era "o vazio na cédula".

Podemos traçar explicações sociológicas, políticas, comportamentais, etc, mas pra mim a razão foi uma só: o empenho e os excessos de Lula. E a "popularidade" dele? Apenas um detalhe. "Detalhe?!" (poderá pensar o leitor), "80% de popularidade não é detalhe em nenhum lugar do mundo...". Querem ver?

Lula já vem de uma sequência de recordes de boa avaliação há bastante tempo. No início de 2010 já batia a casa dos 70% e mesmo assim sua candidata não passava dos 20% de intenção de votos.
Com o passar do tempo a avaliação do presidente melhorou, mas a coitada ainda perigava. Foi quando a campanha realmente começou e Lula botou o bloco na rua. Aí sim a "muié" deslanchou. Verdade ou mentira? "Verdade". Então me resta provado: Lula conseguiu. Sem seu empenho pessoal (e reforço, acima de qualquer limite), Dilma não teria vencido.

Tenho dúvidas se alguém para postular a Presidência deve ter passado por outros cargos eletivos. Talvez não... Mas uma coisa é certa. É preciso ter "algo" a apresentar e isso Dilma não tinha. Que contribuição importante teria dado que fosse realmente um diferencial? "Algo" que a destacasse entre outros nomes da administração pública. "Mas ela foi a gerente de projetos importantes no governo!". É mesmo... Concordo que o PAC e Minha Casa, Minha Vida são importantes, mas a gerência de Dilma sobre eles merece destaque? Será que nenhum outro gerente nos quadros do governo não faria melhor? Com certeza!
Imagine, leitor, uma Gerente de Projeto na iniciativa privada justificando no seu Portfólio apenas 15% de obras concluídas apesar de mais 50% de verbas gastas, caso do PAC, e menos de 10% da meta esperada no programa habitacional. Na certa que seria substituída, mas não no governo. Sabe o que fizeram? Lançaram o PAC2 e o Minha Casa, Minha Vida 2 ("mais 2 milhões de unidades"). Poderia ser piada, mas não é.
O fato é que com essas obras Dilma não chegaria lá. Mas será que um ministro meio desconhecido pode se tornar presidente com base em algum projeto que tenha liderado? Certamente. Querem ver? FHC.
Isto mesmo, Fernando Henrique Cardoso legou ao Brasil o fim de uma era de inflação com o lançamento do Plano Real. Faltavam poucos meses para a eleição e o Ministro da Fazenda nem era cotado. Lula era o grande favorito.
Pois bem, basta uma olhadinha no histórico da inflação no Brasil para perceber o que quero dizer com um candidato tendo "algo" a apresentar. Lá se vão 16 anos de Plano e nossa vida já poderia ser contada antes e depois dele. Atentem aos dados do IBGE: inflação média no Brasil na década de 80 = 330% ao ano(!), média entre 90-94 = 764% ao ano(!!!), entre 95-2000 = 8,5% ("caraca"!!!!). Perceberam?!? O cara que liderou esse "projeto" só podia se tornar Presidente. Seria assim em muitas empresas, ao contrário do caso Dilma.

Enfim, agora nos resta torcer por Dilma e pelo Brasil. Seu comportamento após a vitória não me inspira confiança. O discurso após o resultado mais parecia um dos textos de campanhas. Na vida real se prepara para trazer de volta a CPMF. Fará isso com a ajuda Lula (com quem mais seria?).

E assim chegamos a vitória de uma nulidade. No sentido de que se anulou perante todos para que o destaque fosse dado a Lula. O problema que mesmo com a vitória o vazio já não está mais cédula. Foi parar no Palácio do Planalto.

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