quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Agendas casadas. É a "Lulodepedência"

Em pelo menos duas oportunidades eu escrevi aqui a minha crença de que Dilma Rousseff será a próxima presidente do Brasil (nos textos Porque acredito que Dilma ganhará as eleições E Porque acredito que Dilma ganhará as eleições 2). Lamento...
As pesquisas por ora mostram o equilíbrio, mas o comportamento de Lula com sua agenda casada à da candidata deve resultar em ganhos para a "lulodependente". Essa história devia ser proibida, pois uma coisa são os compromissos do chefe da República coincidir com os de um ou outro candidato, eventualmente, afinal o Brasil é muito grande para que estejam sempre, sempre, sempre, há poucos quilômetros de distância, mas com Dilma é diferente e vai ser assim até o final da campanha. Lembra-me até um velho ditado: "aonde vai vaca vai, o boi vai atrás".

Dilma sem Lula não é muito melhor que um poste para se apresentar ao eleitorado, por isso a coincidência de agendas combinadas entre os coordenadores da campanha e os responsáveis pelo vai e vem do presidente.
Alguns devem ainda se lembrar que FHC foi bastante criticado por partidários por não entrar de corpo e alma na campanha de Serra em 2002. Dizia reconhecer que não era aquele o papel de um Presidente, um chefe de Estado. Estava certo... Seu candidato perdeu, mas a instituição Presidência não. (Aliás aqui vai um parenteses que encontrei no Augusto Nunes esta semana e publiquei no meu Twitter: "Lula jamais esquecerá que foi derrotado por FHC duas vezes, ambas no 1o turno. E sabe que o vencedor nunca inveja o vencido").

Temo e tenho quase certeza que relacionando a onipresente imagem do criador ao lado da criatura o eleitor médio seja incapaz de avaliar o real potencial de Dilma e entregue seu voto sem comparar sua capacidade a dos dois outros principais concorrentes.
Falar em comparar os governos FHC e Lula também não é o mais correto, pois Lula acertou exatamente em seguir a mesma linha do antecessor. E não adiantar criticar as privatizações que nas sábias palavra de J.R. Guzzo na Revista Exame da quinzena passada diz que "deram à população brasileira,..., o direito ao telefone, por exemplo, ou a livraram da obrigação de sustentar empresas estatais que conseguiam perder dinheiro fabricando aço ou aviões a jato, para não falar de bancos quebrados e de ferrovias que não tinham locomotivas, trilhos, carga ou passageiros".
Sobre esta comparação entre gestões passadas Serra foi feliz em uma resposta no JN (ao melhor estilo futebolístico de Lular): "Mas nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado. É como se eu ficasse discutindo, para ganhar a próxima Copa do Mundo, quem foi o melhor técnico: o Scolari ou o Parreira?... E o Mano Menezes, Fátima, desculpe, fosse estar preocupado em saber quem era melhor para efeito de ganhar a Copa de 14. Isso é uma coisa que os adversários fazem para tirar o foco de que o próximo presidente vai ter de governar e não pode ir na garupa.".

Aproveitando o gancho segue uma dica de leitura no blog do Josias:  Matrimônio político de Dilma e Lula virou ‘patrimônio’

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