segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A história do petista de Formiga, a tentativa de culparem o Aécio e a graça que há nisso...

A história das quebras de sigilos (assim no plural!) é séria, muito séria. Uma pena que não seja um assunto acessível ao eleitor médio, que em boa parte, talvez a maioria, nem declara o IR todos os anos.


Embora séria, há algo que começa ficar engraçado nisso tudo: o vai-e-vem de fatos, versões que não se sustentam por algumas horas. O governo e o PT, que um dia já foi o partido que que lutava pela ética (bons tempos - basta comparar as primeiras campanhas de Lula lá atrás com o que se tem hoje), não fazem outra coisa preparar justificativas e explicações que vão perdendo a validade antes do sol cair (ou raiar).


Como bem notado pelo Reinaldo Azevedo, chega a caracterizar um modus-operandis: espalha a mentira, insiste nela, faz ter o mesmo peso que a verdade e transforma em uma guerra de versões. O espectador se cansa e a primeira mentira fica circulando por aí impunemente (como se fosse verdade).


Querem ver um pouquinho de graça nisso tudo. Analisemos a entrevista concedida hoje pelo Petista (mais um! Quanta coincidência...) responsável pelos acessos ao sigilo do Eduardo Jorge, figurão do PSDB. Vou me apoiar no excelente Blog do Josias. Vamos lá...


- Ele acredita ter puxado os dados de um homônimo do vice-presidente executivo do PSDB. “Há vários casos de homônimos com esse nome Eduardo Jorge”, disse. (será que foi via CPF?)

Não soou peremptório: “A nossa base [de dados] é nacional. Então, o que é factível é que houve um homônimo”.

Sustentou que não levou à tela de sua máquina informações fiscais do “homônimo” de EJ. Abriu “uma base cadastral, cadastro”.

- Insistiu: “Não foi acessado nenhum tipo de dado fiscal. Cadastro quer dizer nome, telefone..."

O servidor não soube dizer se foi ao computador a pedido do suposto “homônimo” de EJ ou de um procurador.

De novo, discorreu sobre possibilidades, não sobre certezas. Disse que “a hipótese mais provável” é que um EJ tenha comparecido à agência de Formiga.

É tudo curioso, muito curioso, curiossíssimo. A chave que abre as informações armazenas nos computadores da Receita é o CPF do contribuinte.


Ao farejar os acessos realizados no formigueiro dos fundões de Minas em abril de 2009, o Serpro guiou-se pelo número de CPF do EJ tucano, não de um homônimo dele.
De resto, Eduardo Jorge não é o nome completo do dirigente tucano. Ele se chama Eduardo Jorge Caldas Pereira.
Como diz o petista Gilberto, “há vários casos de homônimos com esse nome Eduardo Jorge”.
Não é impossível que haja em Formiga um EJ que também seja “Caldas Pereira”. Mas, até prova em contrário, parece improvável.
De resto, é preciso responder a uma pergunta óbvia: por que diabos um Eduardo Jorge, seja Caldas Pereira ou não, iria a uma agência do fisco para requerer os seus próprios dados cadastrais?
Para usar as palavras do petista Gilberto, “cadastro quer dizer nome, telefone...".

Assim, “a hipótese mais provável” é que o Eduardo Jorge de Formiga, acometido de amnésia, tenha esquecido o próprio nome.
Ou, por outra, esse EJ misterioso trafegava pelas ruas da cidade quando decidiu, de súbito, tocar o telefone para casa. 
Como o número de sua residência lhe fugia e não havia uma lista telefônica por perto, foi pedir socorro no prédio da Receita.

Como se vê, considerando-se as abobrinhas pronunciadas em Formiga, a coisa ficou muito clara. Clara como a gema.

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Agora levantam a "possibilidade" (que no futuro poderá ter se mostrado mais uma mentira) de que Aécio Neves estaria por trás destes vazamentos. Será que ele não tinha "quadros" em seu partido e teve que recorrer a um petista atrás do outro? Ou ainda, imaginem petista após petista arriscando o pescoço porque foi o Aécio que mandou... Façam-me o favor. Não tem graça nenhuma.

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