PIB pode ultrapassar 5% em 2007
O resultado vigoroso do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2007 (5,7%), divulgado nesta quarta-feira, levou economistas e rever para cima a previsão de crescimento da economia neste e no próximo ano. Os especialistas apontam o aumento do investimento, que atingiu o maior nível já registrado pelo IBGE, como razão para um avanço mais acelerado da economia. Em outras palavras, empresas privadas e o setor público têm investido mais em infra-estrutura e máquinas para atender à demanda crescente em 2008 e 2009.
Segundo os analistas, a expectativa agora é que o país cresça pouco mais de 5% em 2007, ante a previsão anterior de 4,7%. A taxa poderia se manter ainda no ano de 2008, com ligeira queda devido à desaceleração da economia dos Estados Unidos.
"O investimento é todo privado. O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] ainda não teve efeito", analisou Marcio Holland, da Fundação Getúlio Vargas, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. “O empresário aproveitou o câmbio baixo para investir em bens de capital, ganhar produtividade e reduzir custo. O PIB surpreendeu. Não é mais um vôo de galinha", completou, apostando em um crescimento sustentável nos próximos anos.
Inflação – Os analistas se dividem, porém, quanto à possibilidade de um aumento de inflação. A alta de preços seria decorrência da economia aquecida e também de gargalos de infra-estrutura.
Para João Sicsú, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o resultado do PIB mostra uma recuperação histórica do nível de investimento privado, capaz de garantir o crescimento sem inflação em 2008. "Temos uma recuperação fantástica da formação bruta de capital [investimento], que cresce mais do que o dobro do PIB. Garante a sustentabilidade do crescimento e reduz as pressões inflacionárias", disse.
Já para Edward Amadeo, economista da Gávea Investimentos e ex-ministro do Trabalho do governo Fernando Henrique Cardoso, o crescimento da demanda preocupa e pode justificar uma política monetária conservadora do Banco Central. "É difícil acreditar que a economia possa crescer 5% sem produzir pressões inflacionárias. O BC só retomará os cortes quando tiver indicações de que a inflação nos próximos 12 a 24 meses não fugirá da meta", disse.
Fonte: vejaonline
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