domingo, 5 de agosto de 2007

Opiniões...


Passado o inesquecível período de férias e de viagens é hora de voltar ao trabalho. Ao longo das três semanas fora o número de leitores subiu muito. Pra ser mais exato, nestas 3 semanas foram quase tantos acessos quanto os últimos 3 meses anteriores. Sejam todos bem-vindos!
Recomendo aos que estão chegando a leitura do post colocado como sugestão de link aí do lado "Meus interesses e suas origens" para situá-los sobre o que encontrarão neste Blog.

Pra começar separei algumas frases de um texto do J.R. Guzzo, articulísta da Revista Exame, com opiniões fortes (como sempre) sobre o nosso país e nossos governantes. Concordando ou não vale a pena lê-las:

Algumas semanas atrás, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, fez, por sua livre e espontânea vontade, a seguinte sugestão aos passageiros atormentados pela calamidade nos aeroportos: "Relaxem e gozem". Marta não foi demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem ouviu qualquer reprovação pública do chefe.

Nada mais natural, pois essa é, exatamente, a atitude real do governo diante dos dez meses de desastre contínuo que aflige os aeroportos brasileiros. A última prova disso, a mais brutal de todas, está na imagem do pensador-chefe do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, festejando com gestos obscenos a notícia de que o avião da TAM que caiu na semana passada ao aterrissar no aeroporto de Congonhas tinha problemas mecânicos. Danem-se os 200 mortos: a única coisa que interessa ao governo é a "vitória sobre a mídia".

A verdade é que o acidente de Congonhas veio mostrar de forma particularmente cruel o preço que os brasileiros estão pagando pela postura de um governo que abandonou ao caos a infra-estrutura do país. Fez isso, desde o início, ao entregar a pessoas desprovidas de qualquer capacidade técnica cargos públicos que obviamente exigem competência específica -- como é o caso, entre dezenas de outros, da Infraero. Desde o começo, também, deixou claro que a criação e a manutenção de equipamentos vitais para o funcionamento do país não poderiam contar com recursos do governo nem ser transferidos para a iniciativa privada. O governo sustenta mais de 22 000 pessoas em cargos de confiança, criou um número recorde de ministérios e aumenta sem parar a despesa pública, mas nada disso gerou horas a mais de trabalho efetivo na administração, nem qualquer obra que realmente preste.

O presidente da República, diversas vezes, prometeu soluções "definitivas"; chegou mesmo a exigir dos responsáveis, "em 24 horas", medidas para resolver a crise. Foi solenemente ignorado. Em dez meses de descalabro, o governo conseguiu o prodígio de não demitir um único funcionário ligado ao problema. Há dez meses, também, Lula buscava uma "saída honrosa" para o afastamento do ministro da Defesa, a autoridade máxima na área; até a tragédia de Congonhas não tinha achado. O governo, que não teve o menor problema para aumentar em quase 5 000 o número de empregos públicos entregues a amigos, não consegue encontrar dinheiro para contratar os 800 controladores de vôo que estão faltando nas torres.

Leia aqui uma versão mais completa do artigo.

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