Infomoney - Se a escassez de indicadores externos poderia sugerir que a segunda-feira (10) seria de maior tranqüilidade aos negócios, a falta de dados abriu espaço para os vestígios do frustrante Relatório de Emprego da semana passada e amplificou o peso das notícias negativas do setor financeiro dos EUA, marcando mais um dia de perdas generalizadas ao redor do mundo.
Sem novos números, o fraco desempenho do mercado de trabalho norte-americano continua como última referência a respeito da saúde da maior economia do mundo, pesando para o lado da recessão. Os dados alimentaram rumores de novo corte na Fed Funds Rate, mas não mostraram força suficiente para impulsionar os mercados, que recebiam evidências negativas do setor financeiro do país.
Com a liquidez dos grandes bancos internacionais em xeque, ganhou peso a redução das projeções para o Citigroup e o Bank of América pelo Morgan Stanley, além do downgrade no rating de algumas operações do Bear Stearns.
Além de ofuscar uma possível resposta positiva dos investidores às perspectivas maiores de novo corte no juro básico, as ocorrências lideraram as perdas de Wall Street no dia, com as ações destas instituições puxando as bolsas externas para baixo e levando consigo os índices domésticos. Enquanto isso, o petróleo voltava a subir forte e atrair as atenções, quebrando novamente seu patamar recorde de preço no fechamento, a US$ 107,90 por barril.
Destoando do movimento externo, a agenda doméstica oferecia diversas novidades, mas insuficientes para barrar a tendência declinante dos mercados. Destaque para o aumento na produção da indústria nacional em 11 das 14 regiões avaliadas pela Pesquisa Industrial Mensal Produção Física - Regional. Além disso, chamou a atenção o terceiro déficit semanal consecutivo registrado na balança comercial. As projeções para a inflação também atraíram os olhares, com o Relatório Focus e o IPC-S.
Ibovespa cai 3% e perde os 60 mil pontos; dólar sobe
Com o humor dos investidores influenciado pelo cenário externo turbulento, o Ibovespa acompanhou o rumo de Wall Street e encerrou com forte queda de 3,02%, perdendo por um ponto o patamar dos 60 mil pontos. O volume financeiro totalizou R$ 4,81 bilhões.
No mercado de câmbio, o dólar comercial também cedeu à pressão externa e voltou a avançar, agora 1,37%. Com a variação do dia, a moeda norte-americana fica na casa de R$ 1,7060.
Maiores altas e baixas
Estendendo o forte ajuste da semana passada, os ativos preferenciais da TIM lideraram as perdas do Ibovespa, ao se desvalorizarem 7,90%. Na semana anterior, os papéis acumularam queda de 12%.
Na outra ponta, as ações da Klabin encabeçaram os ganhos, contrariando a tendência declinante do índice. Recuperando-se da dura baixa registrada na última sexta-feira, as ações fecharam em alta de 1,95%.
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