segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Rostos da crise - Entendendo um pouco mais


A crise que assola o mundo nasceu em algum momento no início da década, talvez final dos 90 (dependendo da análise) quando os americanos se empolgaram ao comprar, vender e "penhorar" (conseguir empréstimos dando o imóvel como garantia) casas. A liquidez ia aumentando, os empréstimos também, o dinheiro no bolso virava mais casas (ou mais valor pra elas) e a roda ia girando... Mas como assim? O que exatamente acontecia?

A VEJA desta semana traz uma reportagem chamada "Os rostos da crise". Nela veremos que os figurões de Wall Street estão lá, afinal foram os magos que fizeram a roda girar por muito mais tempo que o razoável (e ganharam muito com isso). Há também aqueles do lado da demanda. Estes me impressionaram.

Há um camarada que foi do Congo para os EUA com uma mão na frente e outra atrás e depois de muito trabalhar conseguiu um emprego relativamente estável e saiu do aluguel ao comprar em 2002 um imóvel por 229.000 dólares para pagar em 30 anos. E olhem só: não deu entrada e não apresentou comprovante de renda(!). Adivinhem o que ele fez? Comprou outra, desta vez de 485.000 dólares (o preço das casas só subia) também em 30 anos. Um ano depois, lá estava ele com a terceira chave numa casa de 575.000 para mais 30 aninhos.

Megen Martyn era divorciada, tinha 3 filhos e recebia uma pensão de 750 dólares por mês (minha tia quando morava lá ganhava umas 5 vezes mais fazendo faxinas). Pois bem, hipotecou a casa que morava e mesmo com uma renda minúscula levou facilmente US$65.000,00.

A brasileira Ana Lúcia Barreto Carvalho chegou em 2000 e no ano seguinte comprou uma casa por 68.000 dólares, vendeu em seguida por 135.000 (mágica). Comprou outra por 350.000 e vendeu por 455.000 (Isto "era" incrível). Chegou a adquirir três casas entre abril e outubro de 2006. Isto porque ela foi pra lá fazer doutorado.

Olhando os casos acima, basta refletir um pouco. Uma hora a maionese iria desandar. Não por acaso chamam pessoas com o perfil acima de NINJA (No income, no job, no assests - sem renda, trabalho ou bens). Parece que essa turma virou fumaça na hora de pagar suas dívidas. Só o rapaz do Congo dá um calote da ordem de UM MILHÃO E TREZENTOS MIL DOLETAS. Imaginem o que tem de Ninja por lá. Dá pra fazer vários filmes de artes marciais.

A matéria é muito interessante, tem mais detalhes e mostra que a culpa não é só dos investidores. Vale a pena conferir...

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