Por Cláudio Gradilone - O ano de 2008 está acabando em grande estilo (para todos os efeitos práticos, esta sexta-feira, dia 19 de dezembro, foi o último dia útil do ano). Vamos pela ordem:
dia 15, segunda-feira: confirmada uma fraude de 50 bilhões de dólares do gestor de fundos de hedge Bernard Madoff.
dia 16, terça-feira: os Estados Unidos reduziram seus juros a zero e provocaram um terremoto (tsunami mata menos) no mercado monetário mundial.
dia 17, quarta-feira: Lenovo desiste da Positivo, Vale e CSN anunciam demissões e férias coletivas, a Argentina desapropria a Aerolineas Argentinas.
dia 18, quinta-feira: o Ipea e o Banco Central reconhecem que 2009 será um ano de retração. A ata do Copom mostra que os juros vão começar a cair logo no início de 2009.
dia 19, sexta-feira: a ajuda às montadoras americanas finalmente saiu. Pouco, mas saiu.
A semana que se encerrou nesta sexta-feira deverá ser uma boa amostra do que viveremos em 2009. Após diversos anos de prosperidade e abundância praticamente ininterruptas, chegamos finalmente à hora de enfrentar uma crise. Depois de 2008, não haverá mais escapatória. Será um ano de apertar os cintos, fazer e refazer contas, cortar gastos e procurar eficiência em tudo o que fazemos. Não vai ser um ano fácil para o mundo em geral.
Será um pouco menos difícil para o Brasil, não porque somos sortudos, mas porque somos, em grande parte merecedores. Depois de quase 15 anos de sacrifício, podemos dizer que moeda é estável, que a inflação está sob controle e que as finanças públicas estão saneadas. Não estão equilibradas - e, com a ajuda dos doutos senadores, que aprovam pacotes na calada da noite, dificilmente estarão - mas é inegável pensar que já avançamos muito no caminho do progresso.
Não, não estou saindo de férias. Segunda-feira tem mais.
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