quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Em meio à 'marola', o BC passa os juros na lâmina
Essa ainda é de ontem, mas faz do escopo deste Blog... Aliás, eu também fui surpreendido.
Blog do Josias de Souza na Folha - Que os juros cairiam, todos já sabiam. Ou suspeitavam. O que surpreendeu foi o tamanho do corte: um ponto percentual.
A decisão de baixar a Selic, a taxa básica de juros, de 13,75% para 12,75% ao ano dividiu os membros do Copom (Comitê de Política Monetária).
O dissenso está expresso no placar apertado. Cinco diretores do BC votaram pela poda de 1%. Quatro queriam redução mais modesta: 0,75%.
Em nota, o BC informou que a queda anunciada nesta terça (21) "inicia um processo de flexibilização da política monetária".
A despeito do corte, o Brasil ainda é o campeão mundial dos juros, à frente da Hungria.
Não parecia haver outro caminho para o Copom. Esperava-se, aliás, que a picada descendente tivesse sido aberta já no final do ano passado.
Havia, é verdade, o temor de que a desvalorização do real resultasse em mais inflação. Porém, a crise, por severa, inibiu o consumo. E os preços influenciados pela cotação do dólar caíram.
Com a marolinha a engolfar a economia brasileira, agora às voltas com a onda de demissões, seria espantoso se o BC mantivesse os juros estáticos.
Aí não haveria senão a alternativa de mandar cercar o prédio e trocar o letreiro da fachada. Algo assim: H O S P Í C I O.
Ao passar os juros na lâmina, o BC situou a Selic em patamar inferior aos 13% que ostentava em setembro do ano passado, quando a taxa fora elevada pela última vez.
Dias depois, sobreveio o agravamento da crise internacional. Que, no Brasil, mostrou os dentes pra valer em dezembro, sorvendo 654 mil empregos formais.
O Copom volta a se reunir no início de março. A julgar pelo que já admite o próprio Lula, a reunião ocorrerá nas pegadas da divulgação de indicadores amargos.
O primeiro trimestre de 2009, diz Lula, será "difícil". Bom que o presidente já se permita pronunciar o vocábulo.
O primeiro passo para resolver um problema é, como se sabe, reconhecer que ele existe.
PS.: Seguiu-se ao anúncio do Copom uma novidade alvissareira. Várias casas bancárias do país, privadas e públicas, informaram que vão reduzir os juros que cobram da clientela. A ver.
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