quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Derivativo - o outro lado da história

No feriado em Vitória tive contato com amigos que conhecem pessoas que trabalham na Aracruz Celulose que relataram como foram tensos os piores dias da crise financeira. Principalmente para Isac Zagury, apontado até então como o maior responsável.
Isso me faz lembrar o comentário que vi na notícia em que se calculou em US$2 bi a passagem de Jerry Yang como CEO do Yahoo!: "porque o conselho de administração o manteve por tanto tempo?".
Segundo Zagury, havia um comitê financeiro responsável por informar ao conselho sobre a situação da empresa. Outro argumento interessante (que faz sentido, mas que só terei real noção quando estiver no meu MBA em Finanças) é o de que a exposição ao risco era alta pois a receita da empresa é totalmente dependente das exportação. Enfim, vejam abaixo parte do texto e comecem analisar a situação...

Ex-diretor da Aracruz fala pela primeira vez das perdas com derivativos | 25.11.2008 | 22h21
Prestes a ser processado pelos acionistas, Isac Zagury diz que comitê financeiro da empresa sabia de todas as operações e que chegou a ser hospitalizado com crise hipertensiva
Por Samantha Lima


PORTAL EXAME O ex-diretor financeiro da Aracruz Isac Zagury disse que “sofreu mais do que qualquer acionista” pela perda financeira de 2 bilhões de dólares que a empresa teve com operações de derivativos cambiais. O executivo decidiu quebrar o silêncio que se impôs desde a saída da empresa, no fim de setembro, ao saber que seria alvo de uma ação de responsabilidade por parte dos acionistas na empresa, como aprovado em assembléia realizada na última segunda-feira.

“Sinto falta de esclarecer que as operações eram operações que visavam proteger o fluxo de caixa da empresa da alta do real, apenas. Não havia objetivo de ganhar financeiramente com o hedge. Isso foi uma conseqüência natural. Se não recorrêssemos a esta operação, estaríamos colocando em risco o caixa de uma empresa líder mundial em produção de celulose e que exporta 98% do que produz”, diz. “Sofri pelo fato de a empresa da qual gosto muito ter tido uma perda tão grande. Passei noites em claro e fiquei internado no hospital com crise hipertensiva. Nenhum acionista sofreu mais do que eu”.

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