Esse é do Cláudio Gradilone no Blog do Investidor
A semana começou quente no mercado de dólar. A moeda americana abriu em baixa, sendo negociada a 2,014 reais. Isso quer dizer um dólar parecido com o câmbio de junho de 1998, ainda nos tempos de dólar controlado pela mão de ferro do Banco Central (BC). A conta para para entender esse número é simples. Em junho de 1998, um dólar valia 1,157 real. Desde então, a inflação medida pelo IPCA foi de 74%. assim, em valores de hoje, o dólar de junho de 1998 valeria 2,013 reais. A projeção dos especialistas em câmbio é que o dólar deve romper a barreira psicologicamente importante de dois reais ainda em maio.
Até quanto o dólar poderá cair? Uma pesquisa informal realizada entre os melhores gestores de fundos do Brasil traz resultados potencialmente preocupantes. Para esses profissionais, o dólar pode chegar a um mínimo de 1,85 real em algum momento do segundo semestre. Isso vai representar o menor valor real do dólar na história recente do Brasil, e provocará uma gritaria capaz de ensurdecer o mais ferrenho apóstolo do câmbio flutuante. Pior, não tem como resolver esse problema a curto prazo. A explicação é muito simples. Está sobrando dólar no mercado. Isso não tem nada a ver com a taxa de juros ou com a sobra de capital para investimentos, mas simplesmente com a balança comercial. Até a segunda semana de maio, o superávit das exportações estava em 14,4 bilhões de dólares. Por mais que o Banco Central gaste reais para comprar essa sobra, sempre haverá muito dólar entrando e pressionando as cotações para baixo.
Ou seja, a queda do dólar não tem solução? A curto prazo, não. Para resolver esse problema é preciso tomar algumas decisões desagradáveis, como abrir mais o mercado brasileiro, permitindo mais importações e reduzindo o superávit. Ou então autorizando pessoas e empresas a manter contas-correntes em dólares no Brasil, para reduzir a necessidade de o BC ter de comprar esses dólares. Mas como tudo isso são promessas, a questão agora é apostar quando o dólar vai bater no fundo do poço.
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